Biomédico fala sobre uso da cloroquina no tratamento do COVID-19 e riscos da automedicação

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Em busca de vacinas e antivirais para o tratamento do Coronavirus, pesquisadores de todo mundo têm investigado o uso de drogas para o tratamento da doença. Um desses compostos é a hidroxicloriquina, uma derivação da cloroquina, que é utilizada no combate à malária, lúpus e doenças autoimunes.
O problema é que após o anúncio de que a hidroxicloroquinaestava sendo testada em alguns pacientes com a forma grave do COVID-19, os remédios à base dessas drogas passaram a ser item em falta nas farmácias. Com isso, Conselho Federal de Medicina (CFM) pediu que a venda de medicamentos que contém cloroquina e hidroxicloroquina seja autorizada apenas com receita médica. A entidade argumenta que a compra e o uso indiscriminado deste medicamento não é recomendada, além de apontar desabastecimento destes produtos pela compra desnecessária.

 

Biomédico, Paulo César Segundo Sousa fala sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com COVID-19 e alerta para os riscos da automedicação. Embora a hidroxicloroquina tenha sido administrada em alguns casos e demonstrado bons resultados, no sentido de reduzir a carga viral, em casos de contaminação viral, ele diz que ainda é cedo para afirmar que o medicamento seja efetivamente válido para o tratamento do COVI-19, já que as pesquisas estão ainda em fase inicial.  

De acordo com Paulo Segundo, além dos testes específicos do uso da hidroxicloroquina no tratamento do COVID-19, na Europa, um grande ensaio clínico tem  pesquisado a utilização da hidroxicloroquina associada à azitromicina, que é um antibiótico. O Biomédico explica que esse protocolo vem sendo utilizado também no Brasil, por uma rede de convênios, e em pelo menos um caso, demonstrou resultado positivo em paciente idoso.  

“É uma esperança! Seria ótimo se esse medicamento tiver uma reposta positiva à doença, mas nós temos que entender que a automedicação é muito perigosa. Nós devemos deixar isso com os médicos e com os profissionais de saúde, porque não vamos saber nem a quantidade, nem o tempo de utilização e nem mesmo os resultados”, comentou. O Biomédico explica que a utilização da cloroquina ou hidroxicloroquina sem orientação médica pode ser letal, no caso de uma super dosagem, além disso, os efeitos colaterais incluem insuficiência hepática, problemas gastrointestinais, problemas oftalmológicos severos, entre outros.

Paulo Segundo ainda lembra que a cloroquina ou hidroxicloroquina somente será utilizada em pacientes gravíssimos e nunca como prevenção.  “Neste momento, está se utilizando o medicamento em casos de urgência. À grosso modo, naqueles casos em que o paciente recebendo o tratamento, pode ser que melhore, e se não receber o tratamento, há uma grande chance de vir à óbito”, alertou.

O Ministro da Saúde anunciou Luiz Henrique Mandetta anunciou recentemente, que o medicamento será estendido também para pacientes graves da doença.  O Ministério da Saúde começou a distribuir aos estados, desde o último dia 27 de março, 3,4 milhões de unidades dos medicamentos cloroquina para uso em pacientes com formas graves da Covid-19. Por ser uma doença nova, ainda não há evidências científicas suficientes que comprovem a eficácia do medicamento para casos de coronavírus. No entanto, há estudos promissores que demonstram o benefício do uso em pacientes graves. De acordo com a nota técnica, do Ministério da Saúde, a cloroquina e hidroxicloroquina podem complementar os outros suportes utilizados no tratamento do paciente no Brasil, como assistência ventilatória e medicações para os sintomas, como febre e mal-estar. Tanto a cloroquina e a hidroxicloroquina não são indicadas para prevenir a doença e nem tratar casos leves.

Prevenção

Sobre as medidas que estão sendo tomadas para conter o avanço do Coronavírus no Brasil, Paulo Segundo considera que o isolamento social tem sido a melhor alternativa para evitar que o sistema público de saúde não entre em colapso. “O maior problema do COVID-19 não é o seu fator letal, já que os riscos de óbitos estão em pacientes idoso ou com doenças graves. Mas isso é importante para que segure o crescimento da doença, para que nosso sistema de saúde consiga absorver os pacientes de forma gradativa”.

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